Era 11 de janeiro de 2001 quando Claudia Cristiane Santos Araújo, sergipana de Malhador, a 49 quilômetros de Aracaju, sofreu uma intensa hemorragia, logo depois de dar à luz ao segundo filho, Gabriel, na Maternidade São José, do município vizinho de Itabaiana (SE).
Foram 18 horas de tensão na unidade, nas quais foram realizadas três cirurgias que tentaram, em vão, estancar o sangramento. Ela chegou a ser desenganada pelos médicos.
Foi quando o padre José Almi de Menezes, amigo da família, teve a ideia. “Perguntei a ela se acreditava que Irmã Dulce poderia interceder por ela”, lembra o religioso. “Ela disse que sim – e iniciamos uma corrente de orações”.
O sangramento parou pouco depois. Também impressionou a equipe médica que a paciente não teve nenhuma complicação depois do fim da hemorragia. “Ela teve recuperação rápida, boa cicatrização”, conta a freira Augustinha Ferreira, então diretora da maternidade. “Não teve nenhuma infecção”. Claudia teve alta médica no dia seguinte. Tem, hoje, 41 anos e Gabriel, 10. Ambos são saudáveis.
O caso foi reconhecido pelo Vaticano, em janeiro de 2009, como o primeiro milagre de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, o que propiciou sua beatificação. A cerimônia será realizada no próximo dia 22, no Parque de Exposições, em Salvador. São esperadas 70 mil pessoas.
Menezes e Augustinha, testemunhas do caso, estiveram, na manhã de hoje na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), na capital baiana, para contar os detalhes do milagre. Desde que o caso começou a ser estudado, em 2003, a identidade de Claudia era mantida sob sigilo, por orientação do Vaticano. Segundo a direção da Osid, mais de dez médicos brasileiros e três italianos estudaram o caso e não encontraram explicação para a cura de Claudia.
