Foto: Arquivo/O Estado

Força Nacional de Segurança (FNS), deve reforçar o combate à criminalidade no Rio de Janeiro.

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O início da atuação das tropas da Força Nacional de Segurança (FNS), para reforçar o combate à criminalidade no Rio de Janeiro, será definido hoje em reunião entre o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Correa, e o novo secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Eles vão discutir se será necessária a vinda do efetivo da Força Nacional ao Rio. Já estava confirmada a participação das tropas da FNS no esquema de segurança dos Jogos Pan-americanos, que serão realizados na cidade em junho.

De acordo com Beltrame, que assumiu o cargo ontem, se ficar acertado o apoio das tropas, as autoridades ainda vão definir a maneira e os locais de atuação. ?Com a chegada do secretário nacional, vamos avaliar tecnicamente a utilização e a necessidade, ou não, da Força Nacional?, disse.

Beltrame explicou que é preciso fazer um diagnóstico completo da situação e definir onde a Força Nacional pode atuar. ?Temos que ter uma missão específica, lógica e objetiva para a atuação das tropas, que, indiscutivelmente, podem somar?, disse ele, após a solenidade de transmissão de cargo, na sede da Secretaria de Segurança Pública.

Para o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, as Forças Armadas poderiam implementar um sistema de vigilância ?extramuros? em suas unidades no Rio, ou seja, que passem a ajudar na vigilância do entorno de cada unidade. ?Creio que é um trabalho que as Forças Armadas possam fazer sem necessidade de deslocamento e reforça a presença de policiamento nas ruas?, disse o governador.

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A proposta permite o deslocamento de efetivo da polícia para outras regiões. Cabral informou ainda que a Força Nacional de Segurança Pública deve começar a atuar no estado antes do carnaval. Segundo ele, em encontro realizado segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou preocupado com as barbáries cometidas por criminosos no Rio e em São Paulo.

Cabral defendeu o endurecimento do código penal brasileiro. ?O bandido tem que saber que, ao matar um inocente, vai pagar mais caro por isso?, afirmou, sugerindo que o tema seja prioridade no Congresso.

Ação conjunta

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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que planeja a organização de um gabinete de segurança para uma ação conjunta dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo contra o crime organizado. Segundo Serra, a decisão teria sido tomada durante reunião de que participou há duas semanas com os governadores dos três estados: Sergio Cabral (RJ), Aécio Neves (MG) e Paulo Hartung (ES).

FNS atua em situações de emergência

Brasília (AE) – Caso se confirme que a Força Nacional de Segurança Pública (FNS) seja enviada ao Rio de Janeiro, será a quarta vez que o grupo de elite atuará em situações de emergência nos estados. Criada em agosto de 2004, a tropa é formada por policiais militares e bombeiros e coordenada pelo governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

Em 2006, os homens foram acionados para reforçar a segurança nos presídios do Mato Grosso do Sul. No mesmo ano, a tropa foi convocada para ajudar a controlar a escalada da violência dentro de presídios do Espírito Santo. Antes disso, no final de 2004, já havia sido enviada ao estado após uma onda de atentados a ônibus em Vitória.

Em todos os casos, o envio da tropa atendeu a um pedido oficial dos governos estaduais. Segundo o Ministério da Justiça, a idéia não é intervir, mas trabalhar em cooperação com o sistema de segurança pública dos estados para ajudar a superar momentos de crise.

A inspiração, de acordo com o ministério, vem das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Os 7,7 mil policiais militares e bombeiros que atualmente compõem a tropa foram recrutados entre as corporações estaduais e receberam treinamento prático e teórico para agir em situações de emergência ou quando for detectada a urgência de reforço na área de segurança pública estadual.