Foto: Agência Senado |
Heloísa Helena: ?Eu vi os traficantes no Rio?. |
O candidato do PDT à Presidência da República, Cristovam Buarque, rebateu as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, de que a oposição estaria tentando dar um ?golpe? ao tentar forçar um segundo turno nas eleições presidenciais. ?Isso é um desrespeito à opinião pública e mais uma prova da atitude arrogante que Lula vem adotando?, afirmou Cristovam. E arrematou: ?A resistência que o presidente, agora, apresenta a um segundo turno é o que mais se assemelha a uma tentativa de golpe. Ele não fez essa mesma crítica na eleição passada?, completou. O candidato, em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, entregou na manhã de ontem ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, seu programa de governo, concentrado em propostas para educação.
Para Cristovam, a pressa do presidente se explica. Com a vitória no domingo, Lula se resguardaria de um eventual desgaste durante a apuração da venda do dossiê montado para prejudicar candidatos do PSDB. Além disso, ele evitaria três semanas de debate – num período justamente em que as investigações sobre o episódio do dossiê podem deslanchar.
?Brasil terá mais tempo para debater. E, sobretudo, para apurar o caso?, argumentou.
Cristovam não quis adiantar para quem seria o seu apoio num segundo turno. Ele afirmou que seguirá a decisão de seu partido, o PDT. Emendou que os programas dos candidatos do PT e PSDB à Presidência são extremamente parecidos na área de educação. Cristovam foi ministro da Educação no primeiro ano de governo de Lula. Foi demitido, por telefone, quando estava em Portugal.
Heloísa
Criminosos armados com fuzis mantiveram sua rotina diária no complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio, indiferentes à presença da candidata à Presidência, Heloísa Helena (PSOL), ontem pela manhã. Durante a visita, que foi encurtada, a senadora deparou com traficantes em pelos menos três ocasiões e passou a dois metros de um deles, que carregava um fuzil.
Ela afirmou que não teve medo e responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo problema. ?Eu vi (os traficantes). É por isso que a gente tem que discutir isso no debate?, declarou, ao sair do Conjunto Esperança, em direção à vizinha Vila dos Pinheiros. ?Quem tem que explicar isso é o presidente Lula, que foi incapaz de tirar as crianças e os jovens das mãos do narcotráfico. Em todo canto tem isso, na periferia de vários estados.?
Os criminosos faziam a guarda de pontos considerados estratégicos. Na Rua 4 do Conjunto Esperança, onde fica a associação de moradores, três jovens vestidos de preto, um deles com um fuzil, outro com uma mochila supostamente carregada de munição, ignoraram a movimentação dos militantes, a cerca de 100 metros. Pouco depois, a candidata passou a dois metros de outro grupo armado. Em outro ponto, criminosos ocupavam uma escola.