Representantes do agronegócio afirmam que taxa de juros ainda é elevada

Brasília – A taxa de juros do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2007/2008 continua elevada. A afirmação é de representantes do setor do agronegócio, que participaram do lançamento do PAP, nesta quinta-feira (28), no Palácio do Planalto. A taxa anual foi reduzida de 8,75%, valor que vigorava desde 1998, para 6,75%.

Segundo o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Homero Pereira, o plano poderia ser mais avançado, principalmente no tocante à taxa de juros. "O governo acaba de anunciar uma projeção da taxa de juros para o próximo ano de 4,5% e cobra juros de 6,75% para a agricultura, praticamente 50% acima da inflação. Acho que está muito aquém da nossa expectativa, e esperamos poder rever essa taxa de juros?, disse Pereira.

Também o presidente do Sistema Ocepar, que reúne cooperativas do estado do Paraná, João Paulo Koslovski, afirmou que a taxa de juros continua alta. Ele espera que o percentual possa ser discutido com o governo: ?Entendemos que a taxa de juros ainda está um pouco alta, o pleito do setor era 4,5%. Houve uma redução, mas, pelo discurso feito pelo presidente [Lula] e pelo ministro [Reinhold Stephanes], vamos continuar discutindo?.

O volume de recursos disponibilizado pelo plano, R$ 58 bilhões, é considerado suficiente por Koslovski, principalmente por ser todo destinado ao crédito rural. ?O volume de recursos, e todo ele de crédito rural, é importante, porque, toda vez que se anuncia um volume alto de recursos, grande percentual é fora do crédito rural, o que eleva o custo do agricultor?.

Homero Pereira, entretanto, considera a quantia pequena frente ao endividamento do setor, estimado em R$ 100 bilhões. ?O volume anunciado está aquém da nossa necessidade, que é de mais de R$ 100 bilhões. Vamos acabar tendo que nos financiar nas multinacionais, vendendo nossa produção e captando esse dinheiro com juros acima dos de mercado. No entanto, é um avanço a cada ano, mas ainda não o suficiente?, afirmou.

O Seguro Rural e o Fundo de Catástrofe agradaram aos representantes da Ocepar e da CNA.  ?O mais importante do que foi anunciado é uma política de garantia de renda. Esse é o nosso grande problema, porque a agricultura tem, sistematicamente, problemas em relação à questão climática, e isso traz dificuldades?, disse João Paulo, da Ocepar.

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