Represas no limite ameaçam cidades de SP

Se a previsão do tempo se concretizar e fortes chuvas continuarem atingindo São Paulo ainda nesta semana, as regiões ribeirinhas das cidades de Atibaia, Piracaia e Bom Jesus dos Perdões vão sofrer com alagamentos. De acordo com relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água da região metropolitana, opera no limite – com 97,5% da capacidade total de armazenamento. Com novas tormentas, o reservatório deixará de segurar a água, aumentando drasticamente o nível dos rios e provocando enchentes.

“Desde 1999 não temos uma situação como esta”, disse Hélio Castro, superintendente de Produção de Água da Sabesp. Segundo ele, as Represas Paiva Castro, Cachoeira e Atibainha estão acima dos níveis de segurança. “É como uma caixa-d’água. Se entra mais água do que sai, ela vai acabar transbordando. Já foi feito trabalho com às comunidades que vivem às margens das represas. O Sistema Cantareira é extremamente importante, mas ele tem um limite para acumular a água das chuvas. Se na quarta-feira voltar a chover, provavelmente na semana que vem as cidades de Atibaia, Piracaia e Bom Jesus dos Perdões devem sofrer com alagamentos.”

A situação de emergência, no entanto, não é exclusividade do Sistema Cantareira. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), mais da metade dos reservatórios do País está com comportas abertas por causa do excesso de água armazenada. Isso significa que 76 das 134 represas do sistema elétrico nacional têm jogado água fora nos últimos dias para evitar transbordamentos. Em São Paulo, as válvulas que regulam a vazão dos reservatórios estão abertas desde 18 de dezembro.

De acordo com o registro da Sabesp, o índice de chuva acumulado em janeiro é de 149,6 milímetros (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado), sendo que a média história deste mês é de 255,9 milímetros. Para se ter uma ideia desse volume das chuvas, a Represa Atibainha chegou a receber na semana passada de 33 a 70 metros cúbicos de água por segundo – enquanto isso, a Sabesp só conseguiu fazer o descarregamento de 14 metros cúbicos por segundo. Essa operação de descarregamento, essencial para a segurança do sistema, é feita com monitoramento diário a fim de evitar enchentes.

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