O rendimento médio real mensal do brasileiro obtido com o trabalho cresceu de 2006 para 2007, só que de forma mais lenta do que nos três anos anteriores. É o que constatou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2007, divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) O aumento real da renda foi de 3,2% de 2006 para 2007. De 2005 para 2006, o aumento foi de 7,2% e de 2004 para 2005, foi de 4,5%. O crescimento acumulado desde 2004 foi de 15,6%. O rendimento médio real dos trabalhadores, em 2004, era de R$ 827; em 2005, de R$ 864; e, em 2006, de R$ 926. Em 2007 o rendimento médio alcançou R$ 956.
As duas regiões que mais se destacaram no período foram a Centro-Oeste (8,0%) e a Norte (5,7%). Em relação a 2006, a Região Nordeste obteve aumento de2,2% na renda e o Sul, 3,8%. O Sudeste foi a região que menos cresceu, apresentando um aumento de 1,9%.
A grande diferença regional também foi evidenciada pela Pnad. O menor rendimento foi o do Nordeste, R$ 606, enquanto a Região Centro-Oeste apresentou o maior valor, R$ 1.139, quase o dobro da renda média nordestina.
Mesmo assim, a pesquisa identificou a tendência de melhoria na distribuição de renda no Brasil. O índice de Gini (índice que mede a diferença entre os mais pobre e mais ricos do país), manteve a queda que vem sendo registrada desde 2004, quando marcou 0,547. Em 2005, o índice de Gini foi de 0,543, e em 2006, de 0,540. No ano passado, a Pnad apurou índice de Gini de 0,528.
Entre os estados nordestinos a desigualdade de renda diminuiu mais na comparação de 2007 com 2006: passou de 0,565 para 0,547.
Na Região Norte, a concentração de renda se manteve estável e no Sudeste, caiu de 0,523 para 0,505. A região Sul passou de 0 502 para 0,494 e o Centro-Oeste apresentou aumento de concentração, com o índice de Gini passando de 0,541 para 0,551.
A pesquisa apontou ainda que as remunerações médias dos empregados, incluindo aqueles com carteira assinada, os militares e estatutários e os outros sem carteira, registraram ganho real de 3,2%, de 2006 para 2007. No entanto, os empregados com carteira tiveram ganhos menores em relação a 2006, cresceram 1,8%.
O rendimento dos militares e estatutários aumentou 2,3%, no entanto, a remuneração que mais cresceu foi a dos empregados sem carteira assinada: 5,2%. O rendimento médio real dos trabalhadores domésticos também cresceu 4,8%, de 2006 para 2007. No caso dos trabalhadores por conta própria, esse crescimento foi de 17,0%.