O presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de comandar manobras políticas de interferência no processo em que é acusado no Conselho de Ética de quebra do decoro parlamentar, tomou atitude em sentido oposto. Em ofício enviado ao presidente do Conselho, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), Calheiros declarou-se "impedido" de tomar qualquer decisão a respeito do processo e pediu que, de agora em diante, toda correspondência relativa ao assunto seja encaminhada "diretamente" ao primeiro vice-presidente da Casa, senador Tião Viana (PT-AC). O ofício de Calheiros foi lido no plenário do Senado pelo senador Walter Pereira (PMDB-MS), que preside hoje a sessão

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Walter Pereira disse ter recebido um telefonema de Calheiros em que este tranqüiliza os senadores dizendo que está confirmada a reunião da Mesa Diretora do Senado marcada para as 11 horas de amanhã. Essa reunião foi convocada por Calheiros para a votação do pedido de aprofundamento da perícia da Polícia Federal sobre os documentos que o senador apresentou ao Conselho para provar que, nos últimos quatro anos, teve rendimentos de R$ 1,9 milhão com venda de gado. A principal acusação contra Calheiros é a de pagar despesas pessoais com dinheiro do lobista de uma empreiteira

Diz o ofício encaminhado por Calheiros a Quintanilha: "Em atenção ao Regimento, suscito meu impedimento para despachar expedientes relativos à representação número 1, de 2007, motivo pelo qual solicito, respeitosamente, de V. Excelência que encaminhe diretamente ao primeiro-vice-presidente da Casa, senador Tião Viana, as correspondências pertinentes ao sobredito procedimento disciplinar.

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