Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desmentiu nesta terça-feira (14) no plenário as afirmações do usineiro e político alagoano João Lyra, de que o parlamentar teria sido seu sócio na aquisição de emissoras de rádio no estado.
Em entrevistas publicadas na imprensa, o empresário disse que Renan teria utilizado "laranjas" nessa sociedade e pago sua parte em moeda corrente ou, às vezes, em dólares.
No plenário, Renan declarou que nunca possuiu emissoras de rádio, formal ou informalmente. "Nem muito menos mantive sociedade secreta com qualquer pessoa. Meu mais recente detrator, depois da fácil acusação, agora, egresso do anonimato, mostra sinais de fraqueza e recuo", afirmou, sem citar o nome de João Lyra.
O senador disse ainda, sobre os que chamou de "detratores", que "agora já conhecemos seus nomes, sobrenomes e faces". E acrescentou: "Um deles, acusado de vários homicídios, processado por vários crimes de mando, respondendo por vários processos por sonegação fiscal, nesta questão específica é um réu confesso".
No discurso ele citou o líder do DEM, José Agripino Maia (RN), e os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Jefferson Peres (PDT-AM), ao afirmar que despreza "qualquer forma de rancor" e ressaltar que "não cometeria a imprudência e a indignidade de constranger ninguém". Na semana passada, Renan havia dito que Agripino não se sustentaria por duas semanas se estivesse submetido às denúncias em relação ao presidente do Senado.
Marisa Serrano, que integra a comissão de relatores do processo que apura as denúncias contra Renan Calheiros no Conselho de Ética, disse que o presidente do Senado, no discurso desta terça-feira (14), procurou rever sua postura. Segundo a senadora, ao ameaçar Agripino na semana passada, Renan impôs aos colegas uma situação constrangedora.
Ela sugeriu: "Se qualquer senador tem denúncia a fazer contra outro senador, que o faça no local certo ? por meio do Conselho de Ética, por exemplo".