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Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil

Lula incumbiu Renan de acalmar Legislativo e Judiciário.

Após conversar, ontem, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que vai propor um encontro entre os chefes dos três poderes. Segundo Calheiros, a reunião serviria para ?acabar com a ansiedade? nas relações entre Legislativo, Judiciário e Executivo. ?Tudo o que o País não quer é uma crise institucional. Quer, sim, que os poderes se encontrem e que a economia cresça.? O senador observou que a relação de hoje – com bate-boca entre parlamentares e ministros do Judiciário – ?não é uma tradição da política brasileira?. E sentenciou: ?Esse ramerrame não pode continuar?.

Ontem mesmo, Calheiros já conversou com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, que, segundo ele, concordou com a proposta da reunião. O presidente do Senado disse, também, que se dispõe a conversar com o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para avançar na votação de matérias já aprovadas pelos senadores que estão paradas na Câmara. Entre essas propostas, está um pacote com várias medidas na área de segurança pública aprovado pelo Senado no ano passado.

Sobre reforma ministerial, Renan Calheiros disse que o presidente Lula está esperando que os partidos da coalizão cheguem a uma solução política. Segundo o senador, o resultado da disputa pelas presidências da Câmara e do Senado não influirá na escolha de ministros pelo presidente da República.

Disputa no PMDB

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A menos de dois meses da convenção que elegerá o novo presidente nacional do PMDB, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem achar ?natural? uma disputa entre o atual presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, caso a legenda não chegue a um nome consensual. Calheiros deixou claro que o chamado grupo palaciano da sigla prefere Jobim.

O ex-presidente do STF, conforme sinalizou, tem ainda ?uma excelente relação? com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ?Eu defendo o consenso, mas, não havendo, é natural que tenhamos uma disputa?, alegou, após conversar, no Palácio do Planalto, com Lula. O presidente do Congresso disse que ele e o presidente da República não trataram de questões relacionadas à agremiação.

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Calheiros disse que, se for candidato, Jobim é ?um grande nome?. ?Sempre foi um grande nome para qualquer coisa no PMDB?, elogiou. ?É uma pessoa que pode aproximar as correntes, mas é importante conversar primeiro?, defendeu, deixando claro que, em caso de disputa,Temer, dificilmente, terá o apoio dele. ?O ideal é que tivéssemos um nome de consenso na linha de renovação, da oxigenação, do fortalecimento do partido.? O presidente do Senado lembrou que o PMDB foi o partido que mais cresceu e que mais elegeu governadores.