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Brasília – Um dos únicos obstáculos de do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para obter uma votação unânime no Senado, para se tornar presidente daquela Casa, vem justamente de Alagoas. Apesar do bom relacionamento pessoal, a senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL) sempre tem um pé atrás quando o assunto é Renan. No seu gabinete, ela exibe um pôster com todas as cobras nativas de Alagoas. Uma ganhou um apelido especial: a "serpente muriciense". Murici é a terra natal de Renan. "Essa cobra é Renanzinho!", costuma dizer Heloísa.

Para Heloísa, o que muitos consideram habilidade de Renan como uma de suas grandes virtudes, para ela é um grave defeito: "Os camaleões da política sobrevivem mudando de cor e forma conforme as conveniências para se perpetuar no poder. Por isso, ando com o soro antiofídico no Senado. Não voto em ninguém que signifique a manutenção da promiscuidade entre o Congresso e o Palácio do Planalto", diz Heloísa.

Pelo histórico recente do Senado, marcado pela beligerância, chama a atenção o clima pacífico que caracteriza a sucessão na presidência da Casa. Enquanto na Câmara cinco candidatos se enfrentam na campanha mais acirrada desde a redemocratização, a situação no Senado é inversa: o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL) deve ser o único candidato na eleição de 14 de fevereiro.

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