O presidente do Senado, senador Renan Calheiros, deu a entender que considera o DEM – sem mencionar diretamente o nome do partido – responsável pelas dificuldades na votação do processo contra ele no Conselho de Ética. "Se a questão política está contaminada, é porque o partido político tentou fechar questão no Conselho de Ética, e o Conselho de Ética tem de julgar de acordo com as provas", afirmou, ao chegar ao Congresso.
A Executiva Nacional do DEM sugeriu ontem que Calheiros renuncie à presidência do Senado. Anteontem, o líder do DEM, senador José Agripino (RN), defendeu, em discurso na tribuna, o aprofundamento das investigações do Conselho de Ética sobre a acusação de que Calheiros teria quebrado o decoro ao aceitar, supostamente, pagamento de despesas pessoais por um lobista de uma empreiteira.
Sobre a demora que poderá haver no Conselho para a conclusão do processo, Calheiros declarou: "É irrelevante acabar logo, ou não o processo. O relevante é que a verdade apareça. É isso que todos nós queremos. Porque não adianta o Conselho de Ética fingir que está cumprindo seu papel, ou tentar cumprir seu papel e não fazê-lo na plenitude e ficar nessa zona cinzenta, o que não é bom nem para o Senado nem para mim nem para o Brasil.
Calheiros citou Rui Barbosa, atribuindo-lhe a afirmação de que, "no fato político, primeiro aparece a sentença, e depois a prova seja qual for ela". "E isso não pode ocorrer no estágio em que estamos da democracia brasileira.