O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que uma eventual decisão do Conselho de Ética de utilizar voto aberto no julgamento do processo contra ele é "uma questão delicada". Calheiros fez a afirmação em resposta a uma pergunta sobre a sessão que vai analisar, possivelmente quinta-feira, o relatório sobre representação em que o PSOL o acusa de pagar despesas pessoais com dinheiro do lobista de uma empreiteira. "Essa questão é delicada. Já houve quem tivesse de renunciar por causa da abertura de voto", afirmou Calheiros, referindo-se à renúncia, em 2001, dos então senadores Antonio Carlos Magalhães e Luiz Estevão
Antonio Carlos Magalhães e Luiz Estevão renunciaram na ocasião após terem sido acusados de violar o painel eletrônico do Senado para identificar os votos dados pelos senadores, em 2000, na sessão do plenário que aprovara o pedido de cassação do mandato de Estevão. Magalhães e Arruda renunciaram para não serem submetidos a um processo de cassação que poderia tirar-lhes os direitos políticos.
A adoção do voto aberto na análise do processo contra Calheiros, no Conselho de Ética, está sendo reivindicada pelos partidos de oposição. Aliados do presidente do Senado defendem o voto secreto no Conselho argumentando que, se fosse aberto, as posições dos senadores do colegiado seriam conhecidas antes da votação do caso em plenário, que é secreta. A votação do pedido de cassação do mandato de Estevão foi secreta no Conselho e no plenário do Senado.
