O presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), rebateu a interpretação de que teria trabalhado pela escolha de seu principal defensor – o senador Almeida Lima (PMDB-PB) – para ser o relator dos processos contra ele no Conselho de Ética.
"Temos 46 votos na absolvição. Fica difícil saber quem é o principal aliado, ou quem é a vanguarda política", afirmou Calheiros, quando abordado por jornalistas, ao chegar ao Congresso. Ele disse que não lhe cabe avaliar a escolha do relator: "Essa decisão do Conselho de Ética não me compete. Da outra vez, escolheram os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), e eu não disse nada. É o presidente (do Conselho) quem escolhe, é competência dele.
Calheiros lembrou que transferiu ao primeiro-vice-presidente do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), todas as decisões relativas aos processos. "Eu não discuto nada desses processos no dia-a-dia.
Sobre a possibilidade de apresentação de um voto em separado pela oposição, na sessão de hoje do Conselho, Calheiros comentou que isso faz parte do processo político: "Tem tensões. As coisas esquentam e acalmam. Meu estado de espírito é trabalhar para que o Senado volte ao normal. É isso que o País quer", afirmou. O senador rejeitou a versão de que teria faltado isenção na indicação de Almeida Lima para relator. "O importante é ver tudo isso com naturalidade", disse.
O presidente do Senado lembrou que uma das principais representações contra ele – a denúncia de uso de laranjas na compra de duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas – foi assinada pelo DEM e pelo PSDB e que seria "inusual" a escolha de um senador dessas partidos para a função de relator. "O importante é que o Conselho de Ética vote com seriedade, levante o que é preciso ser levantado, para termos um julgamento correto e que cada um vote com sua consciência", declarou.
