Às vésperas da sessão do Conselho de Ética que decidirá sobre o processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) voltou nesta terça-feira (4) à tribuna do Senado para se defender das acusações de que teria recebido recursos de um lobista para o pagamento de despesas pessoais. Citou o que chamou de "dez das mentiras que foram demolidas em documentos". "O que restou de tantas acusações? As acusações viraram pó. Essas mentirinhas vão envenenando o ambiente e sempre encontram um sócio político para ecoá-las.
"Imploro aos meus detratores que mostrem ao menos uma prova, a ínfima prova que disponham. Esta é a hora. Já estamos no final do processo. Mostrem ao País que esta sanha tem amparo em fatos, em dados, em documentos." Renan fez também menção à última denúncia contra ele publicada no fim de semana, sobre seu envolvimento em um suposto esquema de desvio de dinheiro público em ministérios comandados pelo PMDB. "Trata-se de mais uma mentira, uma briga familiar litigiosa que ganhou generosas páginas do noticiário porque citaram maldosamente meu nome, requentando matérias antigas", afirmou.
Segundo ele, a Justiça não deu nenhum valor ao tema por ser visível tratar-se de um expediente para provocar escândalos e pressões. "O que me foi atribuído é inteiramente falso e responderei no foro adequado e no momento certo. Não vou mais compactuar para que essa esquizofrenia se transforme em demência", disse. Calheiros gastou grande parte de seu discurso de defesa atacando a revista Veja e exibiu uma reportagem da TV Bandeirantes sobre uma denúncia de que o Grupo Abril teria usado empresas laranjas numa operação de compra de ações, negócio que classificou como "pantanoso".