O senador e presidente do Senado e do Congresso Nacional, Renan Calheiros, só deveria ser investigado, processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal, pela sua importância, sendo ele o terceiro na linha de sucessão do Presidente da República, disse nesta quinta-feira (21) no seu blog, o ex-deputado do PT paulista e ex-ministro da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu e complementou: "Como há acusações e indícios, que exigem apuração é naquele foro que o processo deveria ser aberto".
Dirceu disse com a experiência de quem já foi julgado por parlamentares, que "os conselhos de ética e os plenários da Câmara e do Senado já deram mais do que mostras de que julgam a partir de critérios políticos – e, pior, de disputas políticas e partidárias. Arquivam-se processos, alguns ficam no esquecimento acertam-se renúncias, cassa-se sem provas, ou seja, segundo a conveniência política e de maiorias ocasionais. Quando não predomina o corporativismo, predomina o ódio e a oposição política, a vingança e mesmo a inveja".
E denunciou como grave o fato de ter se recorrido à Polícia Federal, sem antes ter se enviado todo processo ao Supremo Tribunal Federal. E explicou que antes de se chamar a PF, se deveria ter procurado o STF. "Ou seja, cabia ao STF, a partir da provocação do Ministério Público, com base na notícia crime, solicitar a abertura de um inquérito policial para investigar a origem dos recursos utilizados pelo senador para pagamento da pensão da sua filha. O processo como se deu no Conselho de Ética levou ao impasse atual, que exige a suspensão, no meu entender, das investigações, da PF e do Conselho de Ética, e o envio de todo processo para a corte competente".
