Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu ontem a retirada, pelo governo, da Medida Provisória 232 de tramitação no Congresso. Ele argumenta que isso seria importante para permitir maior tempo para negociar e buscar alternativas para o aumento da carga tributária nela embutida. ?É importante conversar sobre ela e ter alternativas?, afirmou Calheiros, quando questionado sobre a MP 232. A votação da MP está na pauta do plenário da Câmara para o dia 29 e, se a medida não for votada este mês, passará a trancar a pauta a partir do dia 31.
A MP foi editada após o governo sofrer pressões dos contribuintes para reajustar a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O governo cedeu parcialmente a essas pressões, reajustando a tabela do IRPF em 10%, mas, para compensar alegada perda de arrecadação, embutiu na MP aumento da carga tributária para os setores de serviços e agrícola.
As mudanças no texto da Medida Provisória 232 que suavizaram a cobrança de impostos sobre alguns setores prestadores de serviços não foram suficientes para convencer os industriais a apoiar a votação da matéria na Câmara dos Deputados, prevista para a próxima terça-feira (29). O relator da MP, deputado Carlito Merss (PT-SC), se reuniu ontem com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, que ainda defende modificações mais radicais no texto para que o setor produtivo possa apoiar a matéria.
