Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou nesta terça-feira (28) de "delicada" a questão do voto secreto no Conselho de Ética da Casa.
Questionado sobre a possibilidade de ser aberto o voto no processo contra ele no Conselho de Ética, Renan disse que a questão do voto secreto é "delicada" e lembrou que já houve quem tivesse de renunciar por causa de abertura do voto.
Segundo o senador, em 2000, houve violação no painel de votações do plenário por ocasião do julgamento em que foi cassado o mandato do então senador pelo Distrito Federal Luiz Estevão. Os apontados como culpados pela violação, senadores José Roberto Arruda e Antonio Carlos Magalhães, renunciaram ao mandato para escapar de processo.
O regimento interno do Senado é omisso quanto ao método de votação no conselho, estabelecendo apenas que seja secreto na apreciação pelo plenário da Casa. A expectativa do presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), é colocar em votação quinta-feira (30) o relatório da comissão formada pelos senadores Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE). Renan é acusado de ter tido despesas pessoais pagas por terceiros.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), já disseram que vão propor à bancada petista que estabeleça o critério do voto aberto na apreciação, pelo Conselho de Ética, do parecer da comissão de relatores que investiga se o presidente da Casa teve contas pessoais pagas por terceiros.
Além deles, senadores do PSDB e do Democratas querem votação aberta. ?É preciso que, em nome da transparência, a população saiba o que cada partido pensa sobre o caso?, defendeu o líder do Democratas, José Agripino (RN).
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) também defendeu votação aberta para o caso. ?Sou defensor do voto aberto. Acho que a instituição [Senado] está desacreditada, e nós passamos à opinião pública a idéia de que somos uma Casa de malandros corporativistas que se autoprotegem. Portanto, o voto aberto é a solução para que a população possa conhecer a posição de cada um dos parlamentares?, afirmou.