Cem cartões vermelhos seriam erguidos por parlamentares da oposição diante de Renan Calheiros (PMDB-AL), no plenário da Câmara, se o presidente do Senado insistisse em comandar a sessão do Congresso (que reúne deputados e senadores) marcada para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na noite desta quarta-feira (11). Os oposicionistas poderiam escolher entre quatro modelos, que já estavam prontos: o cartão simples e outros com as inscrições "não", "nego" ou "desonra". Para evitar desgastes como esse, foi reforçada a mobilização dos governistas para fazer Renan desistir de presidir a sessão.

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"Quando o senador Renan Calheiros entrasse, levantaríamos os cartões, todos nós que questionamos esta situação. Depois, cada líder pediria a palavra", contou o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), um dos idealizadores do protesto, ao lado de Fernando Gabeira (PV-RJ). Com a desistência de Renan, os cartões foram guardados, pelo menos por enquanto. Antes da sessão, Gabeira, Chico e a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) mostraram o material do protesto planejado, mas não realizado, por causa da ausência do presidente do Senado.

Os deputados também planejavam exibir dezenas de folhas onde estão 15 mil assinaturas de um manifesto contra a corrupção. "Fora Renan, Fora Roriz e todos os que traem o voto popular, desprezando o interesse público, a transparência e ética na política", diz o abaixo-assinado. "Esta campanha vai continuar. Queremos chegar a 100 mil assinaturas e fazer um varal gigantesco diante do Congresso, no dia 14 de agosto", afirmou Chico Alencar.

Os oposicionistas planejavam também um recurso regimental para dificultar a votação, se Renan Calheiros estivesse à frente dos trabalhos. Exigiriam a presença em plenário do número mínimo de 86 deputados e 14 senadores para começar a sessão. Muitas vezes as sessões do Congresso são abertas sem a presença dos cem parlamentares, desde que não seja pedida a verificação nominal dos presentes. "Com a decisão do senador Renan Calheiros, achamos de poderíamos conduzir (a sessão) de forma mais cordial" afirmou Gabeira.

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