Brasília (Reuters) – O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato declarado à presidência do Senado no ano que vem, pode vir a contar com um forte aliado para conquistar a vaga: a oposição. A disputa pela eleição da Mesa – que tem como outro personagem o atual presidente, o também peemedebista José Sarney (PMDB-AP) – acentua a já conhecida divisão interna do partido e enfraquece ainda mais a base do governo no Senado.
Renan Calheiros já pediu apoio formal às lideranças dos partidos adversários do governo e deve sair fortalecido caso essa aliança casual se concretize. “Ele junta PSDB, PFL e PDT e derruba tudo o que o governo quiser votar”, disse um líder da oposição.
Mas o apoio desses três partidos não será apenas para derrubar a emenda da reeleição no Congresso, que deve voltar a ser colocada em votação após as eleições municipais. Servirá também para, caso Calheiros seja derrotado, atrapalhar o governo em votações de projetos prioritários. “Ele vai se vingar e o governo pode vir a ter que pagar um preço muito alto para não perder coisas importantes… Renan tem a maioria (dentro do PMDB) e vai infernizar a vida do governo”, acrescentou o senador oposicionista.