Relíquia de Lampião que havia sido roubada é recuperada

Vinte e nove dias depois de ter sido roubada da Casa da Cultura de Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, a armação de ouro que pertenceu ao cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi recuperada na noite de ontem (10) pela Polícia Civil pernambucana, que também prendeu o responsável pelo roubo, identificado como Manoel da Silva, de 20 anos. De acordo com as autoridades policiais, o rapaz estava tentando extorquir dinheiro da direção do museu para devolver a relíquia.

De acordo com fontes ligadas à administração municipal, no início da semana, o acusado entrou em contato com o diretor da Casa da Cultura, Tarcízio Rodrigues, dizendo que sabia onde haviam escondido os óculos, mas que precisaria de dinheiro para “recuperar” o objeto. Desconfiado, o gestor acionou a Polícia que começou a seguir o acusado e acabou efetuando a prisão e recuperando a relíquia histórica.

Segundo o delegado Antônio Júnior, responsável pela investigação, o acusado mora no município e guardou o objeto em sua residência, dentro de um guarda-roupa. “A peça estava em bom estado, dentro de um guarda-roupa no quatro do acusado. Após a perícia será entregue ao diretor da Casa da Cultura”, destacou. A Polícia Civil ainda investiga se Manoel agiu sozinho ou contou com o auxilio de outras pessoas. No momento da prisão, o jovem tentou fugir, mas foi detido pelos policiais.

Funcionário de uma lan house e amigo do acusado, Josenildo Nunes, 23, disse ter ficado “surpreso” com a prisão de Manoel. “Nunca pensei que ele pudesse fazer um negócio feio deste. Ele tinha falado para mim e para outros amigos que estava querendo ir para o Sudeste tentar uma vida melhor. Agora não sei se roubou para conseguir dinheiro e ir embora ou se estava pensando em fugir depois que viu a besteira que fez”, destacou o jovem.

A peça, com armação em ouro 16 quilates, será devolvida ao acervo do museu nos próximos dias. A instituição – que não tem sistema de vigilância eletrônica – reúne centenas de objetos de valor histórico, inclusive peças únicas pertencentes ao bando de Lampião e outros personagens da cultura nordestina. A expectativa da população é de que a prefeitura municipal disponibilize seguranças, em regime de plantão permanente, para o local. A informação, no entanto, não foi confirmada pelo Executivo. O óculos chegou à fundação há cerca de dez anos, doada por uma família de coiteros, pessoas que davam comida e protegiam o bando de cangaceiros da polícia.

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