O monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 83 anos, preso sob acusação de ter abusado sexualmente de coroinhas na cidade de Arapiraca, em Alagoas, foi solto hoje à tarde. Ele vai responder pelo crime em prisão domiciliar, até que um pedido de habeas-corpus em seu dome seja julgado. Ele estava preso, desde domingo à noite, no quartel do 3º Batalhão da Polícia Militar.
A ordem de soltura foi concedida pelo juiz Rômulo Vasconcelos, o mesmo que decretou a prisão do monsenhor a pedido do senador Magno Malta (PR-ES), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, logo após o religioso prestar depoimento à Comissão, em Arapiraca. A prisão foi motivada pelo fato do monsenhor ter tirado um passaporte recentemente.
De acordo com a assessoria do juiz Rômulo Vasconcelos, o magistrado teria deferido o pedido de prisão domiciliar apresentado pelo advogado Edson Maia, levando em consideração a idade de Luiz Marques. Já o recurso com que o advogado do religioso entrou na Justiça, para que Luiz Marques responda pelo crime em liberdade, a assessoria do juiz informou que deve ser julgado até o início da próxima semana.
Para a defesa do religioso, Luiz Marques tem direito a responder em liberdade, porque tem residência fixa, não representa risco às investigações sobre o caso e é réu primário. O religioso foi flagrado em um vídeo durante relações sexuais com um jovem de 18 anos. Segundo o rapaz, o monsenhor tinha relações com ele desde os 14 anos, algumas vezes nas dependências da Igreja Católica, em Arapiraca.
Ja o motorista José Reinaldo e a cozinheira Maria Isabel, que trabalhavam para o monsenhor, continuam presos, mas devem ser colocados em liberdade até sábado, quando encerra o prazo da prisão temporária. Eles foram presos por determinação do juiz Rômulo Vasconcelos, a pedido da CPI da Pedofilia, por falsos testemunhos. Eles teriam mentido e ocultado alguns fatos para proteger o monsenhor da acusação de abusar sexualmente dos coroinhas.