Cristãos e muçulmanos estão sendo obrigados a mudar de hábitos diante da gripe suína. A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem se reunindo com o Vaticano, com lideranças muçulmanas e de outras religiões para estabelecer um guia sobre como se deve agir caso a pandemia avance. Ontem, uma fatwa – espécie de lei religiosa do Islã – sugeriu que muçulmanos possam deixar de fazer a peregrinação a Meca por causa da gripe.

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“Pela primeira vez, líderes religiosos e a OMS estão conversando”, explicou Ted Karpf ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele é o responsável, na OMS, por manter o diálogo com entidades religiosas. Sua meta é estabelecer um guia para as religiões até o fim do ano. “Durante a peste na Idade Média, tudo fechou. Mas as igrejas ficaram abertas. Em 1918, ocorreu o mesmo com a gripe espanhola”, afirmou Karpf. “Desta vez, atuamos com base na ciência e estamos conseguindo de líderes religiosos que estabeleçam orientações aos centros espalhados pelo mundo sobre eventuais mudanças de comportamentos e rituais, além da possibilidade futura de fecharem suas paróquias.”

Ontem, a principal liderança xiita do Líbano, o aiatolá Mohammed Hussein Fadlallah, alertou as pessoas que temem o novo vírus a não fazer neste ano a peregrinação a Meca e Medina, na Árabia Saudita. Mas, na fatwa que emitiu, avisou que o hajj – o evento de ir até Meca – não deveria ser cancelado por inteiro. O hajj ocorre em dezembro e autoridades sanitárias dos países islâmicos estão preocupadas, pois o evento chega a reunir 3 milhões de pessoas. O Ministério da Saúde da Arábia Saudita já recomendou que crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas evitem o hajj.

Cristãos

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Cristãos também se adaptaram. Na Argentina, a Igreja Católica recomendou a padres que façam a comunhão sem colocar a hóstia na boca dos fiéis. A saudação de paz também foi suspensa. No Reino Unido, a Igreja Anglicana recomendou evitar água benta. Nos EUA, a Igreja Batista cancelou missas.