Não são só os motoristas que sofrem para encontrar vagas para seus carros nos estacionamentos de aeroportos. Falta espaço também para os aviões. Relatório reservado do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) aponta escassez de vagas para aeronaves em praticamente todos os grandes terminais do País.
A radiografia elaborada pelos militares esmiúça as condições de infraestrutura de 20 aeroportos. O Estado selecionou dez deles, conforme a importância no cenário nacional e o aumento da demanda nas férias. Só nesses terminais, o déficit é de 141 vagas para a aviação regular.
A necessidade de vagas equivale a 52% do total de 267 posições existentes hoje nesses aeroportos. A maioria das obras previstas no cronograma da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para a Copa de 2014 contempla a ampliação dos pátios e a readequação de pistas problemáticas.
Enquanto isso, pilotos dizem conviver com congestionamentos diários. Nos horários de pico, a espera por uma vaga nas pontes de embarque (finger, no jargão em inglês) e nas posições remotas (áreas distantes do terminal de passageiros, onde embarque desembarque são feitos com escadas) não é diferente da enfrentada no estacionamento de shopping lotado, por exemplo.
Mais do que as empresas aéreas, que em geral conseguem tirar o atraso ao longo do percurso, os grandes prejudicados por esse gargalo de infraestrutura são os passageiros. A falta de espaço nos pátios é um dos fatores apontados por experts do setor para explicar atrasos em voos.