O trio de relatores do caso Renan já não se entende. Voto vencido na decisão de pedir à Polícia Federal o aprofundamento da perícia nos documentos de defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Almeida Lima (PMDB-SE) inova na Casa. Desde já, ele insinua que, em nenhuma hipótese, votará pela condenação de Renan. Já os dois outros relatores, senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), afirmam que a decisão final dependerá do resultado da perícia e de outras apurações que podem desmentir Renan. Mesmo se opondo, Almeida Lima terminou assinando o pedido. Exigiu para tanto que constasse no documento encaminhado à Polícia Federal que ele não concorda com a realização da perícia, sem a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

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O senador peemedebista afirma que ainda é cedo para dizer como vai proceder. "A ser inconsistente e leviano, prefiro a cautela de quem sabe esperar", alega. No caso dele apresentar um relatório diferente, o procedimento será o mesmo das comissões permanentes do Senado. Ou seja, ambos os pareceres serão votados cabendo ao Conselho de Ética optar pelo que será votado no plenário do Senado. "Quem vai decidir é o voto dos integrantes do conselho", afirma o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Almeida Lima e o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) são os únicos aliados de Renan no colegiado. No início da investigação, em junho, Renan tinha a maioria dos votos. Desde então, ele perdeu o apoio dos petistas e do senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que mudou de rumo após ter sido escolhido presidente do conselho.

Daí a preocupação do presidente do Senado em obstruir os trabalhos. Ele está convencido que uma derrota no conselho dificilmente será contestada no plenário. Sobretudo depois dele ter irritado até mesmo os colegas mais próximos, com as manobras para brecar a investigação.

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