Brasília – Independente da decisão do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), os representantes do PSDB e do DEM anunciarão publicamente seus votos na apreciação do parecer sobre as denúncias de que o presidente da Casa, Renan Calheiros, teria contas pessoais pagas por um funcionário da empresa Mendes Júnior.
"Os senadores do PSDB e do DEM, no conselho, vão abrir os seus votos", anunciou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que juntamente com os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE), é relatora da representação no conselho.
O presidente do Conselho de Ética é favorável ao voto secreto no conselho. Como o regimento interno é omisso neste caso, ele pretende compartilhar a decisão com os demais integrantes do colegiado.
Marisa Serrano informou que o PSDB e o DEM trabalharão para que o voto também seja aberto em plenário. Esta atitude, no entanto, pode prejudicar toda a investigação, uma vez que a Constituição determina, para alguns casos, a votação secreta. E a proposta de cassação de um parlamentar, constitucionalmente, deve ser apreciada pelo plenário em votação secreta.
A defesa do anúncio público do voto de cada conselheiro também foi feita pelo senador Renato Casagrande. "Não existe qualquer norma que obrigue o voto secreto ou aberto no Conselho de Ética e, por isso, nossa defesa é pelo voto aberto".
No PT, o senador Eduardo Suplicy (SP), que também é membro do conselho, já afirmou que anunciará publicamente seu voto. O primeiro vice-presidente, Tião Viana (PT-AC), também anunciou que trabalhará junto à bancada petista para que os representantes do partido no colegiado votem aberto o parecer sobre as investigações das denúncias contra Renan.