Roosewelt Pinheiro / ABr

Para o relator, a denúncia contra Renan Calheiros não passa de "ilações não comprovadas".

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O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) leu, no Conselho de Ética, parecer que manda arquivar a representação do PSOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por suposta quebra de decoro parlamentar. A alegação do senador, relator do processo, é de que a denúncia de que Renan teria contas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior não passa de "ilações não comprovadas". Cafeteira disse que nos últimos dias fez uma "busca terrível" de documentos para confirmar a acusação feita pela revista Veja, mas que esse trabalho apenas o levou a concluir que está em curso uma campanha difamatória contra o Senado Federal.

Antes do início da leitura do parecer, o senador Demósthenes Torres (DEM-GO) chamou a atenção para a tradição existente no Senado de jamais se engavetar uma denúncia sem antes investigá-la. "No Conselho de Ética nós apuramos, a exemplo do que já aconteceu com as representações contra os senadores Antonio Carlos Magalhães, Ney Suassuna, Serys Slhessarenko, Magno Malta e Geraldo Mesquita, apenas na última legislatura", lembrou. Para o senador, ao engavetar sumariamente, o relator deixa dúvidas sobre a denúncia. "Estamos pedindo que vossa excelência siga a tradição da Casa e dê oportunidade de fazer uma investigação ouvindo as pessoas envolvidas, para que possamos decidir com mais justiça", disse.

O senador Marcondes Perillo (PSDB-GO) anunciou que pedirá vista do parecer e que seu partido vai apresentar um voto em separado no conselho, na próxima semana.

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