A menos de 24 horas do início do julgamento do pedido de abertura de processo penal contra os acusados do esquema do mensalão, o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, fez questão de ressaltar que não antecipa seu voto. Em entrevista antes de uma reunião com a presidente do STF Ellen Gracie, e outros ministros para discutir os procedimentos da sessão de amanhã, Joaquim Barbosa disse que sua decisão não sofrerá influência do Palácio do Planalto. "O governo não funciona dentro do meu gabinete", afirmou.
Ele disse estar "sereníssimo" em relação ao julgamento evitando, inclusive, confirmar se seu voto já estava fechado. "Isto é um trabalho sempre em evolução", disse. Sobre a reunião com a ministra Ellen Gracie, Barbosa informou que serão discutidos problemas que podem surgir durante a série de sessões. Citou, entre os pontos da reunião, pedidos de mais tempo por parte dos advogados, a ordem das falas e possíveis pedidos de adiamento do julgamento. "A reunião é pouco usual, mas temos de tomar precauções para não sermos surpreendidos", disse.
O ministro Carlos Ayres Brito, que acompanhou Barbosa na entrevista, disse que a reunião não foi divulgada com mais antecedência por se tratar de um encontro informal. Nem todos os ministros do Supremo atenderam o convite da ministra Ellen Gracie para participar do encontro. Uma ausência é a do ministro Marco Aurélio Mello.
