Brasília – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão deverá fazer a primeira reunião de trabalho hoje, mas administra a primeira crise interna. Escolhido relator na semana passada, o deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) corre o risco de perder o posto por causa do envolvimento numa denúncia publicada pela revista Época que circulou no fim de semana. De acordo com a notícia, Abi-Ackel foi beneficiário de uma doação de R$ 50 mil, feita em 1998, pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, para a campanha a deputado. Uma decisão foi tomada, independentemente das confusões: o ex-presidente nacional do PTB Roberto Jefferson será ouvido no dia 3. Foi ele quem denunciou a existência da mesada.
"Vamos ouvir o Abi-Ackel", antecipou ontem o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ao informar que o primeiro item da pauta de debates da comissão será o período a ser investigado. Nota de esclarecimento divulgada por Abi-Ackel dá conta de que a contribuição referida pela revista foi feita pelo setor financeiro da campanha majoritária do então candidato tucano a governador de Minas e hoje presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo.