Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz com 1.260 brasileiros que fazem tratamento para aids mostra que elas sofrem mais por problemas relacionados à convivência social do que por problemas físicos. Entre as mulheres entrevistadas, 33% disseram ter grau intenso ou muito intenso de depressão. Mais do que o dobro dos índices registrados na população em geral, que é de 15%.
No grupo masculino entrevistado pela pesquisa, os indicadores foram também superiores ao da média mundial: 23%. “O sentimento é na maioria das vezes provocado pela solidão, pelo medo da discriminação”, afirma a coordenadora da pesquisa Célia Landmann.
O trabalho mostra ainda que 65% avaliam que seu estado de saúde é bom ou ótimo: 10 pontos porcentuais acima do que o da população em geral. “Passado o impacto do diagnóstico e a primeira fase do uso de medicamentos, as pessoas começam a relatar uma significativa melhora. Elas usam geralmente como comparação a fase anterior ao início da terapia”, conta a pesquisadora.
Os dados foram divulgados hoje, Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Para lembrar a data, o Ministério da Saúde lança uma campanha cujo tema é o preconceito e o estigma. O filme é protagonizado pelo estudante Samir Amim, de 22 anos.
Soropositivo, na peça ele beija uma jovem que não tem o vírus. “A peça traz ao mesmo tempo uma mensagem de luta contra o preconceito de soropositivos e de casais discordantes”, afirmou ele, durante a apresentação da peça.