Rejeição a Lula sobe sete pontos e atinge 46,7%

A rejeição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu sete pontos na pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem, chegando a 46,7%, contra 39,3% em setembro. Outros 23,8% disseram que Lula é o único candidato em quem eles votariam, número menor que o de setembro, de 25,8%. O presidente do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, acredita que o índice de rejeição é um alerta para o presidente. Segundo ele, rejeição acima de 40% torna um candidato eleitoralmente inviável.

"Índices históricos de eleições mostram que mesmo com uma rejeição de até 35% o candidato está no jogo político. Com mais de 40%, não se elegem. Essa é a regra, até que ocorra o contrário pela primeira vez, para desmenti-la", avaliou Ricardo Guedes. A avaliação positiva do governo caiu 4,7 pontos, de 35,8% na pesquisa de setembro para 31,1% em novembro. A avaliação regular caiu de 38,2% para 37,6%, enquanto a negativa subiu de 24% para 29%.

O desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também sofreu queda, caindo de 50% em setembro para 46,7% em novembro. Em janeiro de 2003, logo depois de tomar posse, Lula era aprovado por 83,6% dos entrevistados. Apesar da queda da avaliação do governo e do desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pesquisa CNT/Sensus mostra que cresceu ligeiramente o apoio da população à política econômica.

Segundo o levantamento, para 35,3% dos entrevistados a política econômica é conduzida de forma adequada, contra 34,9% na pesquisa de setembro. Para 52,7%, ela não está no rumo certo, contra 52,1% em setembro. Também cresceu o percentual daqueles que acreditam que sua renda crescerá nos próximos meses. Para 42,5% dos entrevistados, ela vai aumentar. Em setembro, esse percentual era de 41,5%.

A crise política afetou muito a imagem de Lula. Para 72,6%, ela foi afetada e 82,1% disseram que não votariam num político envolvido nas irregularidades. Já a participação direta de Lula nas denúncias de corrupção dividiu os entrevistados. Para 42,8%, ele está envolvido, contra 41,3% que pensam que não. Para o presidente do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, a queda da aprovação do governo na pesquisa reflete o impacto da crise política sobre o governo, já que a avaliação de Lula e do governo sofreram quedas apesar de os indicadores econômicos terem apresentado ligeira melhora em relação à pesquisa anterior.

Social ruim

Se a área econômica apresentou ligeira melhora em sua avaliação, o mesmo não ocorreu com a área social. A avaliação dos programas sociais do governo perdeu apoio entre os entrevistados. Eles foram considerados positivos para 48,6%, contra 54,7% que achavam que eles beneficiavam a população na pesquisa de dezembro do ano passado. Também caiu levemente o percentual daqueles que acham que esses programas levam ao desenvolvimento do País, de 11,2% em dezembro do ano passado para 10,9% agora. Por outro lado, cresceu o número daqueles que acham que os programas sociais do governo não resolvem os problemas sociais do País. Um ano atrás, essa era a opinião de 17,1%, contra 23,2% que disseram pensar assim na pesquisa atual.

A avaliação de que a corrupção aumentou no governo Lula permanece estável em relação a setembro, variando de 35,9% para 35,6%. A pesquisa mostra ainda que a população espera a divulgação de novas denúncias contra o governo. Para 77,5%, podem surgir novos fatos contra o governo e 64,6% acham que essas denúncias vão influenciar o voto nas próximas eleições.

A pesquisa foi realizada de 14 a 17 de novembro nas cinco regiões do País, ouvindo 2 mil pessoas em 195 municípios de 24 estados. Foi feita uma rechecagem dos índices com um universo de 20% da amostra. Segundo o instituto, o índice de confiabilidade é de 95%, com margem de erro de 3%, para mais e para menos.

Serra venceria se as eleições fossem hoje

Brasília – A pesquisa CNT/Sensus mostra, pela primeira vez, que o presidente Lula não conseguiria se reeleger, se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje, caso seu adversário no segundo turno fosse o prefeito de São Paulo, José Serra. Na simulação, José Serra venceria Lula com uma margem de quase 4 pontos. O tucano teria 41,5% dos votos e Lula, 37,6%. Indecisos, brancos e nulos somariam 21%. Em setembro, Serra tinha 37,5% e Lula, 37,9%.

Quando a disputa no segundo turno é com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Lula venceria, mas Alckmin mostrou crescimento. Em setembro, o governador paulista tinha 28% das intenções de voto, contra 41,4% de Lula. Agora, o presidente teria 40,8% e Alckmin, 32,2%. No caso de um segundo turno com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, Lula venceria, mas a diferença entre os dois também caiu. Em setembro, Lula teria 44,7% e Aécio, 24,4%. Agora, Lula teria 43,6% e Aécio, 28,1%.

Se o adversário fosse o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, Lula também venceria, mas com margem de diferença menor. Lula teria 42,8%, contra 28% de Garotinho.

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