O reitor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Dirceu de Mello, criticou, em nota divulgada hoje, a invasão da reitoria por estudantes que reivindicam a diminuição dos valores das mensalidades. Segundo ele, a manifestação causa “prejuízo” à comunidade da PUC, “sem se falar nos danos à própria instituição, em sua imagem e conceito perante a opinião pública e autoridades ligadas ao ensino universitário”.
Cerca de 200 estudantes ocuparam a reitoria na manhã de ontem após reunião do Conselho Superior de Administração da universidade que confirmou o aumento das mensalidades para todos os cursos. O grupo afirma que entregou, há duas semanas, um documento com uma série de reivindicações à reitoria e, como não teria obtido “respostas em alguns itens importantes”, decidiram pela ocupação. Cerca de 100 estudantes ainda ocupavam a reitoria nesta tarde. Uma reunião com representantes dos cursos com o reitor está agendada para hoje.
No comunicado, o reitor classificou como “ilógica” a possibilidade de redução dos valores das mensalidades. “(…) Porque ilógico pensar-se possa uma universidade privada, que vive praticamente da contribuição financeira dos alunos, cogitar da gratuidade de seus cursos, da redução ou da não atualização das mensalidades que cobra ante a realidade de inflação que, já admitida pelos institutos de pesquisa próprios, aponta para recomposições indeclináveis”, afirmou.
Dirceu de Mello disse ainda que a invasão dos alunos interfere no comando da instituição e precipita “consequências que, nesta altura, sequer se pode prever”. Conforme o reitor, questões “vitais” sujeitas a prazos, como orçamento e plano de ação para 2011, ficam com suas discussões interrompidas. “Também preocupantes, sobretudo nesta altura do ano, reflexos acadêmicos e econômicos, diretos ou indiretos, que as restrições a que submetidas Reitoria e Secretaria Geral da Universidade poderão desencadear.”