O presidente do Senado não poderá votar a emenda à Constituição que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. A interpretação é de técnicos da Secretaria Geral do Senado com base no artigo 48 do regimento interno da Casa. O regimento prevê o voto do presidente do Senado em votações abertas apenas no caso de empate. Com essa interpretação, o placar do governo para aprovar a CPMF fica ainda mais apertado: são necessários 49 votos para aprovar o "imposto do cheque" e com essa imposição ao presidente do Senado o Palácio do Planalto contará com menos um voto.

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O senador Tião Viana (PT-AC), que ocupa interinamente a presidência do Senado, é voto certo a favor da contribuição. O mesmo ocorre com o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), cotado para comandar o Senado, em uma eleição que poderá ocorrer quarta-feira de manhã. Ou seja: qualquer que seja o presidente do Senado, o governo terá menos um voto para aprovar o imposto. Tião Viana cogitou em não presidir a votação da CPMF, deixando a condução da sessão nas mãos do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), segundo vice-presidente do Senado. Mas desistiu depois de consultar o tucano, que o avisou que faria de tudo para atrapalhar a sessão e derrubar a CPMF.

Segundo técnicos da Secretaria Geral do Senado, o presidente da Casa pode até descumprir o regimento e votar. Mas a avaliação é de que isso certamente será questionado pela oposição no Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente se a CPMF for aprovada com exatos 49 votos. Levantamento feito a pedido de Tião Viana também mostrou que nunca um presidente do Senado votou na apreciação de emenda à Constituição.

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