O deputado federal Eduardo Sciarra (PFL), relator da Proposta de Emenda Constitucional – PEC – que trata da coincidência de mandatos, não acredita que o projeto de reforma política aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal na semana passada seja aprovado sem modificações pelo plenário: "Trata-se de uma proposta ampla, englobando pontos polêmicos que encontrarão forte resistência no Senado, como é o caso do financiamento público de campanha e das listas partidárias, por exemplo. Um entendimento entre os quatro maiores partidos – PT, PSDB, PFL e PMDB – pretende viabilizar a "reforma fatiada", e não o conjunto dos projetos".
Segundo ele, é tida como certa a aprovação, até o final de setembro, do fim da verticalização, da ampliação do prazo mínimo de filiação partidária para três anos, da reforma nos Regimentos Internos da Câmara e do Senado para garantir que valerá até o encerramento da legislatura, para fins de cálculo de representatividade proporcional, o quadro saído das urnas, e da federação de partidos, uma válvula de escape para permitir acordos eleitorais entre as siglas menores.
Sciarra diz que o governo está se esforçando para aprovar a reforma como um meio de amenizar a crise política detonada pelas denúncias de corrupção: "Mas não há clima em nenhuma das duas Casas para a aprovação de uma reforma tão ampla. Tem chance de aprovação o que resulta de acordo entre os partidos que detêm as maiores bancadas".
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