Brasília – A reforma ministerial do governo Lula deve ocorrer no final do ano, quando estarão quase prontas as reformas da Previdência e tributária. Uma novidade da troca nos ministérios será a presença do PMDB no governo. Entre os ministérios de “primeira linha” que o PMDB ambiciona estão o da Saúde e o da Educação.
A reforma ministerial vai ser feita após as aprovações das reformas da Previdência e Tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva a considera inevitável. Inclusive já reconhece os erros cometidos durante a composição do ministério. Um deles foram as nomeações de petistas derrotados nas últimas eleições. Por isso, na reforma vai tomar cuidado.
O Ministério da Saúde, segundo os analistas, é considerado praticamente impossível de ceder ao PMDB, já que se trata de uma área prioritária. O da Educação também é outro ministério considerado estratégico e apesar do desgaste recente do ministro Cristovam Buarque, o governo praticamente descarta a retirada desta pasta das mãos do PT. Os outros ministérios que o partido namora são o das Comunicações, Transportes e Integração Nacional.
Ao PMDB deve ser dada a opção de escolher dois desses três últimos ministérios. Mesmo assim, o Planalto terá problemas em remanejar os atuais ministros. No caso de Miro Teixeira (Comunicações), a avaliação é ele superou bem os problemas criados pelo PDT e, por isso, deve ficar. Uma das opções seria nomeá-lo para o ministério de Ciência Tecnologia, no lugar de Roberto Amaral.
Já o caso de Ciro Gomes (Integração Nacional) é mais delicado. O ministro teve uma ótima avaliação e seu caminho natural poderia até ser um ministério de maior influência, como o Planejamento. Essa possibilidade, porém, está sendo bombardeada por Antônio Palocci (Fazenda) e por José Dirceu (Casa Civil), que consideram arriscado dar a Ciro um ministério em área de maior peso, que ele conhece bem e que poderia levá-lo a entrar em choque com o governo. Neste caso, um das alternativas poderia ser manter Guido Mantega no Planejamento e dar a Ciro a presidência do BNDES.
O presidente pediu ao PMDB duas listas de parlamentares cotados para ocupar os ministérios, uma de deputados e outra de senadores. O Planalto pressiona para que os indicados sejam os líderes do partido na Câmara e no Senado, Eunício Oliveira (CE) e Renan Calheiros (AL). Como líderes, eles teriam maior poder de ascendência sobre as bancadas na hora de cobrar fidelidade no Congresso Nacional.
Eunício deve aceitar a indicação, mas Calheiros titubeia, pois já foi ministro (da Justiça, no governo Fernando Henrique Cardoso) e tem ambições de ocupar a presidência do Congresso. Caso ele não aceite, em seu lugar estão sendo cotados os senadores Hélio Costa (MG) e Romero Jucá (RR).