Reforma do Judiciário não é a que o governo quer

Brasília – Depois da aprovação das reformas da Previdência e tributária na Câmara, o Congresso se prepara para uma nova discussão que promete ser tão ou ainda mais acirrada: a reforma do Judiciário. A proposta, que hoje está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e visa basicamente a tornar a Justiça mais transparente e acessível e reorganizar a estrutura dos tribunais, já causa dissenso entre os três Poderes. O secretário de reforma do Judiciário, Sérgio Renault, nomeado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para, no Ministério da Justiça, agilizar a reforma em andamento no Legislativo e modernizar a administração dos tribunais, diz que a proposta em andamento no Congresso não é a que o governo quer. “Os problemas mais urgentes do Poder Judiciário, como lentidão e ineficiência, não serão resolvidos com a reforma. Essa não é a reforma que o governo quer ver aprovada, não é a reforma completa que o governo quer fazer”, avalia. Esse ponto de vista é compartilhado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso (foto), o mais antigo no tribunal, indicado pelo ex-presidente Fernando Collor em 1990, que diz que “o que está no Senado não resolve nada”. “A reforma toca na democratização do Judiciário, no sentido de torná-lo mais acessível e transparente. O resto não tem nada a ver com reforma do Judiciário. Morosidade não tem a ver com constitucionalidade”, afirma Paulo Sérgio Domingues, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo