São Paulo – O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, afirmou que a reeleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não é a prioridade do partido em 2005. Em entrevista ao portal do PT, Genoino negou que o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, tenha lançado a candidatura de Lula durante as comemorações dos 25 anos da sigla em Recife, no último sábado. ?Eu estava lá e não houve lançamento do Lula à reeleição. O que os oradores falaram foi sobre a tarefa do PT em 2006. Em todas as falas ficou claro que nossa tarefa nesse momento é uma agenda de prioridades que não é a eleição de 2006?, explicou.
Ainda sobre as festividades do aniversário de 25 anos do partido, Genoino reafirmou sua opinião de que o PT é a única força política no País capaz de provocar debates mesmo em épocas de comemorações, e que isto é uma prova de que o partido sempre esteve no centro dos acontecimentos políticos. ?Todo aniversário do PT é um fato político pela sua história intensa e por ter lideranças fortes. O PT tem uma trajetória virtuosa de lutas. É um partido que sempre esteve no centro dos acontecimentos políticos, governando ou não o País?, comentou.
Questionado sobre a criação do Bolo de Esquerda Parlamentar, grupo formado por deputados federais petistas que pretendem votar contra propostas do governo, tais como a reforma sindical, Genoino acredita que os parlamentares se anteciparam, pois a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não está em pauta. Ele disse ainda não entender a postura do grupo, que defende a manutenção de uma estrutura sindical ?arcaica e antidemocrática?. Por fim, Genoino afirmou que o PT garante o livre direito do debate, mas que vai lutar para que a unidade de ação do partido seja preservada.
Genoino criticou o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), que enviou nota oficial acusando a intervenção federal nos hospitais do Rio de ?operação político-eleitoreira?. Para o dirigente, o PFL deveria explicar os motivos pelos quais Maia deixou a saúde chegar ao ?caos?. ?Era mais digno pedir desculpas à população?, declarou.
Sem citar o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Genoino refutou a possibilidade de reeleição de governantes que assumiram cargos como vice e depois foram eleitos. ?Isso é um escândalo.?