O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse, na manhã desta terça-feira, 21, à Rádio Estadão que a redução da velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros é experimental e pode ter mudanças. “Vamos divulgar os resultados (dos relatórios da Companhia de Engenharia de Tráfego – CET). A sociedade vai acompanhar e depois vai poder ou consolidar esta política ou eventualmente rever, se for o caso”, afirmou Haddad, que está em Roma para participar de encontro com o papa Francisco e prefeitos de grandes cidades para discutir a proteção ao ambiente.
“Ao diminuir o número de acidentes, melhora a velocidade média dos veículos. Essa é a experiência que está sendo tentada, que já foi realizada em várias cidades do mundo. É uma tendência internacional. Nova York, Paris, Roma, para citar três exemplos, estão adotando essa forma de enfrentamento”, explicou Haddad. “É bastante lógico pelo menos experimentar, verificar como pela redução da velocidade máxima se consegue uma velocidade média maior, porque, com menos acidentes, você garante que as faixas de rolamento fiquem livres por mais tempo.”
O prefeito disse, sem citar dados, que já recebeu um relatório da CET.
A intenção da companhia é diminuir a letalidade dos atropelamentos nas Marginais. Só no ano passado foram 1.180 acidentes, com 1.399 vítimas. Ao todo, 73 pessoas morreram nas duas vias expressas da cidade. Desde segunda-feira, 20, o limite de velocidade foi reduzido de 90 km/h para 70 km/h nas faixas expressas e nas locais de 70 km/h para 50 km/h. Nas pistas centrais, a velocidade máxima é de 60 km/h.
“Às vezes um pequeno acidente na Marginal, por excesso de velocidade, porque a pessoa não teve tempo do reflexo para desviar, para frear acaba provocando um pequeno acidente, que acaba tendo consequência para o trânsito bastante grave”, afirmou Haddad. “Então, vamos acompanhar a evolução desta metodologia que a CET está trazendo para São Paulo e verificar se os resultados são compatíveis com o que se obteve em outras cidades do mundo.”
De acordo com o prefeito, é “uma obrigação da CET preservar vidas e melhorar a fluidez do trânsito”.
Haddad disse também que vai acompanhar “com a cautela devida, sem fazer grande pirotecnia” os resultados dos relatórios da CET “para verificar se as vidas salvas e a maior fluidez dão resultados”.