A redução de pressão é uma “medida bastante eficaz” para reduzir perdas físicas de água, de acordo com Antônio Eduardo Giansante, professor de Engenharia Hídrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Ele ressalta, contudo, que é preciso fazer “reforço de água” nos “pontos críticos”, com caminhão-pipa ou investimento em melhoria. Segundo ele, os locais afetados costumam ser em áreas altas. “Não é difícil detectar esses pontos. A própria população reclama.”

continua após a publicidade

Moradores de São Paulo têm relatado uma rotina diária de corte no fornecimento de água. A população reclama da política adotada pela Sabesp, de reduzir a pressão entre 22h e 6h. A Sabesp nega desabastecimento.

continua após a publicidade

Giansante explica que, como o consumo é menor durante a noite, a tubulação fica mais cheia, o que causa mais vazamentos. Com a redução da pressão, o espaço ocupado pela água é tomado de ar, o que explica o barulho ouvido por moradores quando o fornecimento retorna. Ele ressalta, ainda, que, nesses casos, é comum que a água venha esbranquiçada inicialmente e que, nesse caso, é indicado reservá-la para atividades de limpeza.

continua após a publicidade

A perda de água ocorre principalmente nas conexões dos canos e na entrada das residências, explica Jorge Giroldo, professor de Engenharia Hidráulica do Centro Universitário FEI. “Durante o dia, essa pressão não é muito elevada, porque está todo mundo consumindo água. De noite, a pressão é naturalmente mais elevada, porque se consome menos, aí é mais drástico, são milhares de microvazamentos.”

Diante desse cenário, ele aponta que o “jeito mais fácil” é diminuir a pressão. “A perda de água no sistema de São Paulo inteiro é calamitosa. Trata-se a água e, depois, ela volta para o solo.”

Em 2016, o índice de perdas da Sabesp era de 31,8% segundo a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp), número superior ao dos três anos anteriores (era de 28,5% em 2015, por exemplo). Como aponta relatório de 2017, o controle de perdas tem “um impacto direto nos custos de produção, pois maiores perdas exigem maior produção de água”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.