Altamira – Acusado de não ter dado proteção policial à missionária Dorothy Stang, assassinada em fevereiro, o governo do Pará decidiu se precaver e tomou uma medida para evitar que seja apontado no futuro como negligente, caso ocorram novas mortes em decorrência de conflitos pela posse da terra. A Polícia Militar do estado vai exigir que a pessoa ameaçada assine um termo reconhecendo que não quer ficar sob proteção policial. Já na terça-feira, a PM tentou pôr em prática o novo procedimento. A proposta foi apresentada a quatro dos ameaçados de morte em Anapu, no oeste do Pará, região onde a freira foi assassinada. O coronel da Polícia Militar Luiz Cláudio Ruffeil disse que o governo tomou essa medida após o crime cometido contra a missionária americana. No encontro de terça-feira em Anapu, apenas o líder sindical Francisco Santos Souza, o Chiquinho do PT, aceitou ficar sob proteção policial. Já o Padre Amaro, pároco de Anapu, não só se recusou a receber proteção como também não quis assinar o termo.
A Justiça do Pará aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra os quatro acusados pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, 73, ocorrido no último dia 12, em Anapu (PA). Os acusados vão responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima).