Acompanhado de policiais civis e militares e do promotor de Justiça Gabriel Kfouri e trajando bermuda, camiseta e colete à prova de bala, Ananias dos Santos, que na semana passada confessou o homicídio de duas irmãs, participou nesta manhã da reconstituição do crime em Cunha, a 225 km de São Paulo.

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Segundo o delegado titular de Cunha, Marcelo Cavalcante, a reconstituição serviu para aferir as informações levantadas pela investigação e nas confissões do autor. “A reconstituição preencheu todos os requisitos para a execução do crime. Ele foi extremamente coerente e não titubeou em nenhum momento”, disse. O policial afirmou também que a namorada de Ananias, a enfermeira Maria José da Silva, continua como testemunha. “O crime pode ter sido executado por ele, mas alguém pode ter ajudado indiretamente”.

A reconstituição começou por volta das 9h e terminou às 13h15. Segundo Santos, no dia do crime ele esperou as meninas escondido, por volta das 18h30, quando elas desceram do ônibus, no bairro do Jacui. Ele repetiu passo a passo, os movimentos que culminaram na morte das irmãs, desde a abordagem até a execução.

Santos as rendeu com uma espingarda Remigton, calibre 22, e depois as obrigou a caminhar pela mata, a pé. Foram dois tiros na irmã mais velha, de 17 anos, e quatro tiros na mais nova, de 15, que hoje foram representadas por duas funcionárias da delegacia de Cunha.

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Cada passo foi fotografado e Ananias chegou a manusear a arma do crime. A reconstituição terminou na casa onde ele foi capturado, no último dia 11, próximo do local onde os corpos foram encontrados. Santos teria utilizado o celular em dois pontos, numa das ligações falou com um de seus irmãos e em outra com a namorada, a quem teria pedido para ir buscá-lo, logo após o crime.

Santos estava calmo durante a reconstituição e colaborou com os policiais, mas reclamou da presença da imprensa, pedindo para que os profissionais se afastassem. Ele não estava acompanhado de seu advogado João Ayroso Rangel – que chegou a dizer que o cliente não compareceria – e tirou a proteção do colete à prova de balas antes do fim.

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Cavalcante afirmou que pretende concluir o inquérito até o final do mês. Baseando-se no resultado do exame de balística feito pelo Instituto de Criminalística de São Paulo, que confirmou que a arma usada no crime é a mesma entregue à polícia, o delegado aponta Santos como sendo o autor do crime. “Com o resultado do exame, ele deixa de ser suspeito e passa a ser considerado o autor do crime, sem dúvida alguma”, disse.