A recém-nascida resgatada no último dia 30 do ribeirão Arrudas, na região metropolitana de Belo Horizonte, permanece internada em estado grave e responde menos aos medicamentos, segundo boletim médico divulgado no final da tarde desta quinta-feira (4). A menina, batizada de Michelle pela equipe médica da Maternidade Municipal de Contagem, foi submetida a uma nova avaliação neurológica, que não constatou qualquer reação à retirada da sedação.
Ontem, os médicos diagnosticaram um "edema cerebral difuso importante". Ela continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da maternidade e respira com a ajuda de aparelhos. A Polícia Civil colheu nesta quinta-feira novos depoimentos, inclusive da menina Brenda Martins, de nove anos, e de sua mãe, Vaneide Martins dos Santos. Brenda foi a primeira a avistar a garota nas águas poluídas do Arrudas. A princípio, achou que se tratava de uma boneca.
A mãe da recém-nascida, Elisabete Cordeiro dos Santos, que confessou ter jogado a filha no ribeirão após tomar abortivos, está presa. A avó do bebê, Maria Cordeiro dos Santos, disse em depoimento que não sabia da gravidez da filha. O delegado responsável pelo inquérito, Anderson Pires Bahia, pediu exame de sanidade mental de Elisabete para comprovar se ela passou por um processo de depressão pós-parto. Nesse caso, o indiciamento por tentativa de homicídio pode ser substituído por infanticídio.