Rio – Terminaram ontem as três rebeliões em presídios no Espírito Santo. Os motins só foram controladas com ajuda dos policiais da Força Nacional de Segurança, que chegaram ao Estado durante a tarde. Na Casa de Passagem de Vila Velha, o motim durou mais de 90 horas. Na Penitenciária de Segurança Máxima de Viana, a rebelião começou na manhã de sábado. No mesmo dia, à tarde, teve início o levante na Penitenciária Regional de Linhares, a cerca de 140 quilômetros da capital. Somadas, as três rebeliões tinham feito aproximadamente 150 reféns, todos liberados.

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Em Viana, dois presos foram assassinados. Um foi decapitado. Os rebelados penduraram os corpos em uma grade do presídio e ameaçavam matar outros detentos. Os presos tinham granadas e ameaçavam usá-las se a polícia invadisse o complexo. Um agente penitenciário e cerca de cem parentes e familiares de presos foram tomados reféns.

Em Linhares, onde um presidiário também foi morto e 50 mulheres de presos foram feitas reféns durante o período de visitas íntima, a rebelião só foi controlada depois que o Batalhão de Missões Especiais da PM invadiu a unidade. Um helicóptero foi usado no apoio à operação. Já em Vila Velha, onde também houve um preso morto, quatro reféns foram liberados. Amanhã, o Batalhão de Missões Especiais realizará uma revista no presídio, sob a supervisão de representantes de entidades de defesa de direitos humanos.

Para evitar novas revoltas, as visitas aos detentos em todo o Estado foram suspensas. A proibição causou uma quarta revolta, ontem, pela manhã, no Presídio Feminino de Tucum, controlada em menos de uma hora.

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Durante todo o dia de ontem os três presídios rebelados estavam sem energia elétrica, água e comida. Segundo a Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus), apenas os rebelados de Vila Velha apresentaram reivindicações, que incluíam a transferência de cinco presos da Polícia Federal para penitenciárias estaduais. Para a Sejus, ainda não é possível dizer que as rebeliões tenham sido coordenadas.

Presos mantêm 173 parentes reféns em Rondônia

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Rio – Presos rebelados da Casa de Detenção de Urso Branco, em Rondônia, mantém 173 reféns – seis crianças entre eles – desde o final da tarde de anteontem. São parentes dos detentos, capturados no horário de visita. A principal exigência é o retorno de dez presos que foram transferidos para a penitenciária de Nova Mamoré após uma briga de facções rivais, na quarta-feira, que deixou 24 feridos. Os presos também exigem a troca de diretores do presídio.

Os detentos acompanham a movimentação de policiais militares em volta da casa de detenção de cima das caixas d?água. A rebelião é liderada por Ednildo Paula de Souza, o ?Birrinha?. Ele mesmo já havia sido transferido para Nova Mamoré há alguns meses, mas voltou a Urso Branco dias depois, quando colegas de cela organizaram outra rebelião.

O superintendente de Assuntos Penitenciários, Gilvan Ferro, negocia com os detentos.