Uma rebelião no presídio Senador Leite Neto, em Nossa Senhora da Glória (126 km de Aracaju), terminou no fim da manhã de hoje após familiares de presos e agentes penitenciários ficarem reféns por cerca de 24 horas. Dois agentes foram baleados ontem, mas já receberam alta, e não houve mortos.
Dos 120 reféns tomados no início da ação, 70 haviam sido liberados até esta manhã. Os demais foram liberados no início da tarde. Não houve mais feridos.
A rebelião começou com uma tentativa frustrada de fuga. Segundo a Polícia Militar, presos aproveitaram o horário de visitas para render agentes e tentar fugir pela porta principal.
Houve troca de tiros e dois agentes foram baleados. Tércio Oliveira, atingido na coxa, e José Fernandes Almeida, no braço, foram encaminhados ao Hospital de Urgência de Aracaju e já receberam alta.
De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça, o movimento foi encabeçado por cerca de cem presos de uma ala do presídio que conta, no total, com 420 internos. Armas e churrasco
Os detentos atearam fogo no setor administrativo, incendiaram uma motocicleta e um carro – de propriedade de funcionários – e se apoderaram de armas guardadas no presídio. Até um churrasco foi organizado durante a rebelião, segundo a secretaria.
Durante as negociações, que se iniciaram na noite de ontem e foram retomadas na manhã de hoje, os presos reivindicaram um local para receber visitas íntimas e protestaram contra a superlotação na unidade.
Para a Polícia Militar, a rebelião não tinha uma causa. “Tratava-se de um plano de fuga e, no decorrer das negociações, os presidiários começaram a fazer exigências”, afirma o capitão Charles Victor.
A Secretaria de Justiça afirmou que fará um levantamento dos estragos causados durante a ação e também do número de armas que foram devolvidas. A pasta não soube informar quantas armas eram mantidas no prédio.