A rebelião na Casa de Custódia de Curitiba (CCC) entra no terceiro dia nesta quarta-feira, 4, com quatro agentes penitenciários mantidos reféns dentro da unidade. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo” apurou, o motim foi motivado pela transferência de sete detentos para outras unidades prisionais no interior do Paraná após uma briga interna.

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Militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM conduzem as negociações, mas não encontram uma liderança definida entre os detentos, o que dificulta um consenso em torno das reivindicações, informa a Secretaria de Segurança Pública do Paraná. A pasta garante apenas que os reféns não estão feridos e que o motim afeta apenas uma das três galerias da unidade.

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Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Ricardo Carvalho, que acompanha as negociações, a dificuldade de contato com os detentos também prejudica o acompanhamento da situação dos agentes reféns, presos desde o último domingo, 1º, pelo sindicato. “Não estamos conseguindo contato visual com eles”, diz. “Mas os negociadores disseram que os agentes estão psicologicamente abalados por causa de ameaças de morte.”

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Além do motim, a Casa de Custódia de Curitiba também enfrenta problemas de superlotação. “A penitenciária foi planejada para 408 presos, mas está com 642”, diz Carvalho. “Deveria haver 40 agentes por plantão, mas só havia 10 no momento [do motim].”

Mais cedo, o capitão da PM, Marcos Roberto de Oliveira, informou ao jornal que 172 de 600 presos da unidade estavam rebelados. A expectativa era o controle da situação até o fim da manhã desta quarta-feira.

Facções

A Secretaria de Segurança Pública informa que alguns membros envolvidos no motim pertencem à Facção Paranaense, gangue local vinculada ao Comando Vermelho. Eles exigem que outros membros da facção instalados em unidades prisionais sejam transferidos para a CCC. A justificativa seria a falta de segurança dos presídios, que também receberiam membros de grupos rivais, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), aumentando o risco de conflitos.

De acordo com a pasta, desde 2016 é realizada a transferência de presos ligados à facções para unidades consideradas “seguras”, sem a presença de gangues rivais. A Secretaria, no entanto, não informou sobre a situação dos sete detentos transferidos que foram o estopim para o início da rebelião.