Rebelião do PMDB no Senado surpreende Planalto

O Planalto foi surpreendido com a rebelião dos senadores do PMDB que, insatisfeitos com a demora nas nomeações no setor elétrico, comandaram um levante no plenário para implodir a Secretaria de Ações de Longo Prazo, dirigida pelo filósofo Mangabeira Unger, e a criação de 660 cargos no governo. Quatro horas antes da derrubada da Medida Provisória que dava assento a Mangabeira na Esplanada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a apostar num clima de "distensão" no Senado.

O comentário do presidente foi feito em reunião com os ministros que compõem a coordenação política do governo. Lula avaliou que, mesmo após o nervosismo político provocado pela absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), as votações deveriam voltar à normalidade. Estava empolgado com a repercussão de sua viagem a Nova York, onde participou da abertura da 62.ª Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

À noite, depois de tomar conhecimento da rejeição da MP que criava a secretaria comandada por Mangabeira, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, deu uma ordem à sua secretária: "Me liga com o Renan." Mares Guia queria saber o motivo da rebelião. Marcou para hoje uma reunião com seis senadores do PMDB, no Planalto.

Apesar da derrota no Senado, o governo mantém o discurso de confiança na renovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "A CPMF passa, mas vai dar muito trabalho e, além do mais, o prazo é apertado", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), numa referência ao fim de dezembro, data limite para que o Congresso estique a validade do chamado "imposto do cheque" até 2011. Questionado sobre o que faltava para a solução da crise, Jucá foi taxativo: "Tem que funcionar a articulação política.

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