Rebelião com 16 mortos e quase 200 reféns em Rondônia

Porto Velho (AE) – Líderes da rebelião no presídio Urso Branco disseram ontem à tarde que já haviam executado 16 detentos que ocupavam o ?seguro? (celas separadas) porque estavam jurados de morte por denunciarem colegas de cela à administração. Pela manhã, o governo não admitia oficialmente que haviam mortos no Urso Branco, porque os corpos dos possíveis executados eram transportados com cuidado pelos presos rebelados. Na rebelião realizada em abril de 2004, que resultou em 14 mortos, os corpos eram jogados de um lado para outro. Na ocasião, ?Birrinha?, o pivô do motim, foi apontado pela polícia como o presidiário que decapitou alguns dos executados jogados de cima da caixa d?água. Ele foi condenado a 130 anos de prisão por latrocínio. Os detentos querem que o detento Ednaldo Paulo de Souza, o ?Birrinha?, seja devolvido ao Urso Branco.

Os líderes da rebelião, que se informam sobre a divulgação de reportagens através de telefone celular, chamaram a imprensa para a frente do Urso Branco ainda ontem cedo e penduraram um corpo na caixa d?água. Aparentemente ficaram perfurando o corpo com ?chuços? feitos com ferro retirado das celas. O Gabinete de Gerenciamento de Crises exigia que os presos que viraram reféns dos rebelados fossem libertados e que os 196 visitantes, dos quais 185 são mulheres, deixassem o presídio. Os rebeldes alegavam que os parentes de presos permaneciam no local por livre e espontânea vontade. Os detentos também confeccionaram faixas chamando de covarde o promotor de Justiça Amadeu Sikorski e protestando contra o que chamam de ?transferência covarde?.

Sikorski havia tentado transferir ?Birrinha? do Urso Branco há algumas semanas, mas os detentos ficaram sabendo da intenção do promotor e organizaram rapidamente uma rebelião que durou poucas horas, o que garantiu a permanência do líder no presídio. Na quinta-feira passada, Sikorski decidiu agir de surpresa. Ele voltou ao Urso Branco dizendo que queria conversar com ?Birrinha? na administração do presídio. O promotor, então, mostrou decisão judicial determinando sua transferência para o presídio de segurança máxima de Nova Mamoré, a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo