O presidente interino do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), ao comentar reportagem segundo a qual o presidente licenciado da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), estaria pensando em reassumir o cargo na próxima segunda-feira como reação ao adiamento da votação do processo contra ele, afirmou que a decisão de reassumir ou não o cargo é exclusiva do senador alagoano. "Essa é uma prerrogativa absolutamente legítima, legal cuja decisão compete única e exclusivamente ao senador Renan Calheiros", declarou.
Calheiros queria que o processo que pede a cassação de seu mandato fosse votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e amanhã no plenário da Casa. Tião Viana disse que Calheiros é "detentor efetivo da condição" de presidente do Senado. "Ele está afastado, e eu estou ocupando essa função interinamente. O que não pode é ficar um ambiente de especulação como se fosse um delírio paranóico de que tem perseguição para A ou para B, só porque as decisões regimentais não agradam ora a A ora a B", afirmou o presidente interino.
Ele disse que considera essencial cumprir o regimento da Casa, "que tem de ser maior do que as emoções, do que os delírios paranóicos." E acrescentou: "Então, se alguém estiver aborrecido com o bom cumprimento do regimento, como se diz popularmente, dane-se." Viana estava-se referindo a eventuais críticas ao fato de ter adiado para 4 e 5 de dezembro as duas votações. A justificativa do presidente interino para o adiamento é a de que o relator do processo contra Calheiros na CCJ, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), adiou para o próximo dia 28 a apresentação do seu parecer sobre a constitucionalidade do pedido de cassação.
