Brasília – O ministro da Defesa e presidente em exercício, José Alencar, disse ontem, no Comando da Aeronáutica, que não "presenciou" o compromisso do governo federal de conceder um reajuste de 23% para os militares das três forças. "Isso não é do meu tempo, é preciso ver quem fez esse compromisso", afirmou. Após almoço com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu, Alencar evitou comentar o assunto.

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No ano passado, ao anunciar aumento de 10% para os militares, o então ministro da Defesa, José Viegas, informou que a partir de março de 2005, seria concedido um novo reajuste, de 23%, a soldados e oficiais. Viegas deixou o cargo após desgaste causado pela polêmica questão dos arquivos da ditadura militar (1964-1985), que ele negava existir.

Alencar disse que a proposta de novo reajuste para os militares será avaliada com "carinho, respeito, dedicação, apreço e seriedade". O ministro ressaltou, no entanto, que o governo tem "certas dificuldades orçamentárias". "Se os salários estão defasados, é preciso estarmos atentos", disse. "A insatisfação no Brasil, obviamente, tem sido também de outras categorias, não apenas dos militares."

José Alencar afirmou que o pedido de reajuste salarial feito por militares é um assunto que "está sempre presente nas preocupações" do governo.

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