Brasília – Os oito deputados petistas punidos pela Executiva Nacional do partido com pena de suspensão de 60 dias por causa de seu comportamento por ocasião da votação da reforma da Previdência decidiram, há pouco, recorrer à própria executiva contra essa punição. Os oito se abstiveram no primeiro turno de votação no plenário e, no segundo turno, sete adotaram a mesma postura, enquanto Walter Pinheiro (BA) votou contra a proposta. No recurso, eles pedirão, também, a antecipação da reunião do diretório nacional do partido, órgão que poderia reverter a punição, marcada para os dias 25 e 26 de outubro.
Segundo o grupo – Walter Pinheiro (BA), Chico Alencar (RJ); Maria José da Conceição Maninha (DF), Ivan Valente (SP), Mauro Passos (SC), João Alfredo (CE), Paulo Rubens Santiago (PE), e Orlando Fantazzini (SP) – essa antecipação é necessária porque a reunião do diretório foi marcada para outubro, cinco dias antes de acabar o período de punição deles. Então, mesmo que venham a ser absolvidos, já terão praticamente cumprido a pena.
Os deputados consideraram que a punição foi severa, ao contrário do que declarou o presidente do PT, José Genoino, de que ela foi branda. Reclamaram, também, de que não tiveram a possibilidade de se defender, na reunião de ontem da executiva, em São Paulo.
Os petistas punidos não pretendem romper com o partido, mas pleiteiam o estabelecimento de uma nova relação da bancada com o governo.
Babá admite prejuízo
São Paulo – O deputado federal João Batista de Araújo (PA), o Babá, um dos quatro radicais do PT ameaçados de expulsão do partido, admitiu ontem que sua a saída da legenda pode implicar em suicídio eleitoral, mas descartou qualquer hipótese de recuar em suas posições contrárias às atuais diretrizes partidárias.
“Prefiro correr o risco de não me eleger mais, mas sei que minha consciência está tranqüila. Não fomos nós que mudamos. Foi o PT”, disse, certo de que o partido expulsará os radicais.
Babá reafirmou que o PT terá de assumir o ônus pela expulsão dos radicais, já que eles não facilitarão o processo antecipando-se à decisão do Diretório Nacional, que nos dias 25 e 26 de outubro define o destino de Babá e também dos deputados João Fontes (SE) e Luciana Genro (RS), assim como da senadora Heloísa Helena (AL).
Neste final de semana, em São Paulo, os radicais dão mais um passo para a construção de um novo partido de esquerda. Provisoriamente, a futura legenda está sendo chamada de Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), mas Babá já antecipou que o nome não está definido. “Vamos fazer um amplo debate, discutir o programa de governo para, depois, definir os nomes”, disse.
Punição
Na avaliação dele, o PT deverá mesmo expulsar os radicais. “Não acredito em outro tipo de punição. Está escrito nas estrelas.” Babá voltou a acusar o PT de estar retardando a decisão de expulsar os parlamentares para evitar que Heloísa Helena dispute as eleições para a prefeitura de Maceió, em Alagoas.