Brasília – O deputado federal João Fontes (SE), um dos radicais do PT, disse ontem que será feita uma série de manifestações por todo o País para expor de forma mais clara a conduta política que o grupo de radicais petistas vem adotando no Congresso Nacional. As manifestações também tentarão viabilizar a formação do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS).
“Vamos trabalhar passo a passo o nosso novo projeto”, explicou. “Não temos condições de formar um partido de uma hora para outra e entrar na disputa eleitoral. Por isso, optamos por continuar no PT até a configuração da expulsão e depois disso partiremos para a organização da nova sigla”, explicou Fontes.
Segundo ele, por causa dessa dificuldade foi que a senadora Heloísa Helena (AL) desistiu de disputar a Prefeitura de Maceió. Já estão previstas manifestações no Rio Grande do Sul e Sergipe, onde Heloísa Helena receberá o título de cidadania. O ato de Porto Alegre será no dia 13 de outubro e o de Aracaju está sendo definido junto à Assembléia Legislativa, que deverá definir o dia da entrega do título.
Enquanto a ala esquerda do PT promete agitar a vida do partido, a oposição começa a eleger os alvos de suas críticas ao governo. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), voltou ontem a criticar, da tribuna, “a licenciosidade no terreno da comunicação” do governo, ao questionar o poder concedido pelo Planalto ao publicitário Duda Mendonça. Ele pediu a transcrição nos Anais da Casa do editorial do jornal O Estado de S.Paulo, intitulado “Da promiscuidade entre marketing e poder”, em que o jornal questiona se Duda, a exemplo dos ministros-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antônio Palocci, será mais um dos “primeiros-ministros” do governo.
“O presidente Lula segue implantando no País a promiscuidade entre marketing e poder, à imagem e semelhança de Goebbels (ministro da propaganda de Hitler) ou do Estado Novo e seu famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, de tão triste memória”, acusou o líder. Seu discurso ocorre um dia após ele ter questionado as relações entre o publicitário e o governo. Arthur Virgílio disse que a sua intenção é a de advertir sobre o erro do modelo de divulgação adotado pelo presidente Lula e sua equipe.
“Se não mudarem esses métodos, este governo chorará lágrimas de sangue, porque, permitindo a licenciosidade no terreno da comunicação, aviltará a consciência nacional e esta reagirá”, previu.